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O 20 de novembro lembra história de luta, de superação, de dor, de sangue, e continuará viva!


O dia da consciência negra é comemorada em todo o Brasil, sido criado em 2003 como efeméride incluída no calendário escolar — até ser oficialmente instituído em âmbito nacional mediante a lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, sendo feriado em cerca de mil cidades em todo o país e nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro através de decretos estaduais.


A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista. O Dia da Consciência Negra é considerado importante no reconhecimento dos descendentes africanos e da construção da sociedade brasileira. A data, dentre outras coisas, suscita questões sobre racismo, discriminação, igualdade social, inclusão de negros na sociedade e a cultura afro-brasileira, assim como a promoção de fóruns, debates e outras atividades que valorizam a cultura africana, a data cumpre um importante papel de resgatar nossa história de luta, os exemplos de resistência contra a opressão e as tentativas de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.


No programa da TV Globo, Conversa com Bial o autor e jornalista Laurentino Gomes revelou que o descarte de escravos no mar mudou hábito dos tubarões. O programa também contou com a escritora e também jornalista Eliana Alves Cruz, ambos escritores e pesquisadores do tema escravidão.


“O problema não foi o 13 de maio, foi o 14 e todos os dias seguintes. As consequências de quase quatro séculos de escravidão não desaparecem depois de um dia de festa. Por isto, até hoje esta é a questão nacional mais grave”, destacou o apresentador Pedro Bial.


‘Escravidão’, a obra:


De acordo com o apresentador, a obra é básica, é forte, é profunda. “Só recomendo evitar a leitura antes de dormir. Vai ser difícil pegar no sono e fácil ter pesadelos”, destacou Bial. O jornalista contou que o livro é fruto de um mergulho mais profundo após a sua trilogia “1808”, “1822” e “1889”: “O Brasil foi o maior território escravista do hemisfério ocidental. Recebeu quase 5 milhões de escravizados africanos. Foi o que mais demorou a acabar com o tráfico negreiro, com a Lei Eusébio de Queirós em 1850. Último a acabar com a escravidão, com a Lei Áurea de 1888, e eu diria que a escravidão não é um assunto só de museu, de livro de história. Ela está presente na nossa realidade de hoje. Existe um legado da escravidão que nunca foi enfrentado de forma adequada. Então, não só para entender o Brasil do passado e do presente, mas para entender o Brasil do futuro, você precisa estudar escravidão”, relatou Laurentino Gomes. “Escravidão não é assunto só de pessoas negras. Deveria ser de interesse de todos nós brasileiros. Até porque se você disser que escravidão, racismo e legado de escravidão é assunto só de negro, você está fazendo um processo de omissão: ‘É problema deles, eu não tenho nada a ver com isso’. Então, todos nós deveríamos nos preocupar com esta questão”.


Sobre a mortalidade do tráfico negreiro abordado no livro "Escravidão", Pedro Bial confessou que se sentiu bastante sensibilizado com a obra: "Chorei várias vezes", contou o apresentador. Laurentino explicou quais eram os fatores que mais levavam os africanos a morrer durante as travessias no período da escravidão. O autor ainda destacou uma possível mudança ambiental relacionada a estas mortes:


“Saíram da África 12 milhões e meio de seres humanos. Chegaram 10 milhões e 700 mil. Morreram na travessia 1 milhão e 800 mil pessoas. Se dividir isso pelo número de dias, dá 14 cadáveres, em média, lançados ao mar todos os dias ao longo de 350 anos. Um número tão alto que, segundo depoimentos da época, isso mudou o comportamento dos cardumes de tubarões no Oceano Atlântico, que passaram a seguir os navios negreiros”.


Informações: Wikipédia, Tv Globo

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